Esse é um conceito bem diferente. Isso quer dizer que as funções de Python são de primeira classe. Ou seja, entre outras características a função pode ser atribuída para uma variável (obviamente também pode ser passada como argumento ou retorno de função). A própria função (código) é tratada como se fosse um valor, um dado. Em geral isso é feito com funções anônimas ou lambdas, mas é possível fazer o mesmo diretamente em uma função existente, como foi feito no exemplo.
Nesse caso a variável irá guardar a função e não um resultado dela. O tipo dessa variável é FunctionType
. É claro que concretamente ela não guarda o código fonte da função (até poderia, mas não conheço nenhuma linguagem que faz isso, seria ineficiente e arriscado), existem mecanismos que se referenciam à função e o compilador/interpretador sabe como tratar essa variável de forma diferente, e seu acesso se dá como uma chamada de função, já que ela é uma função.
Esse conceito nada tem a ver com orientação a objeto. Mas pode ser que a forma interna de armazenar a função na variável seja através de um objeto (ainda sem mesmo usar OOP). O mais tradicional, principalmente quando não é uma closure, é que seja apenas um ponteiro. No caso do Python realmente há um objeto controlando isso, mas é um objeto como outro qualquer. Um dos seus membros é o __call__
que permite fazer a chamada.
Em Python nem tudo é um objeto no sentido que as pessoas esperam, a própria sintaxe da classe já dá um dica que precisa ser explícito quanto a isso. Deixando de lado OOP, o conceito do tipo object
, de uma certa forma, podemos dizer que tudo em qualquer linguagem é um objeto. Se não é um objeto, é o que então? Claro que essa terminologia pode ser estranha para alguns, mas ela é real. Em C você tem objetos, só não são do mesmo jeito que em Java, por exemplo.
Uma função possui uma infraestrutura em um objeto que permite que ela seja armazenada nele e depois ser chamada. Isto é um mecanismo interno que garante a chamada. Como tudo em computação não existe mágica, existe engenharia. Alguém viu um problema, e achou uma solução viável para resolver o problema.
Uma das formas de chamar uma função armazenada em um objeto é através do compilador chamando a função usando a variável de forma direta. Com a ajuda do compilador a chamada fica mais conveniente e elegante, conforme foi mostrado na pergunta.
Se não tiver certeza se pode chamá-la, pode verificar antes:
s = 0
if hasattr(s, '__call__')
s(50, 10)
Coloquei no GitHub para referência futura.
Isso não chamará nada e não dará erro, porque neste exemplo a variável s
não é "chamável", é um inteiro e não uma função. A verificação se a variável poderia ser chamada como função foi feita antes de chamar, evitando o erro. Esta forma permite resolver um monte de problemas de forma conveniente sem recorrer à orientação a objeto.