Vamos olhar o código:
#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
int main(void) {
int *ponteiro1 = malloc(sizeof(int));
*ponteiro1 = 5;
int *ponteiro2 = ponteiro1;
printf("%p == %p, %d == %d\n", (void *)ponteiro1, (void *)ponteiro2, *ponteiro1, *ponteiro2);
free(ponteiro2);
printf("%p == %p, %d == %d", (void *)ponteiro1, (void *)ponteiro2, *ponteiro1, *ponteiro2);
}
Veja funcionando no ideone. E no repl.it. Também coloquei no GitHub para referência futura.
Aí mostra que as duas variáveis tem o mesmo valor, e esse valor é o ponteiro. Também vemos, obviamente, que o valor contido na memória alocada é o mesmo quando derreferenciamos o ponteiro e acessamos o objeto apontado, afinal se é o mesmo endereço nas variáveis então apontamos certamente para o mesmo objeto. Nem poderia ser diferente, em lugar algum o código criou 2 objetos.
Se você considerar que free()
libera um endereço da memória quando ele é liberado nada mais naquele ponto deve ser usado. Da mesma forma que você alocou só uma vez deve liberar só uma vez. Não existem duas alocações. A atribuição de uma variável na outra não está criando uma nova alocação. Em C você tem que ser explícito em tudo.
Inclusive se você tentar liberar de novo terá um comportamento indefinido.
É importante notar que o valor da variável não é zerado, você não deveria tentar acessar esse endereço depois de um free()
.
Algumas pessoas gostam de zerar o valor da variável para evitar um acesso indevido não percebido. Se você zerar e tentar acessar depois provavelmente quebrará a aplicação que é melhor que funcionar por coincidência e em outro momento dar resultado errado sem aviso.
Se não ficou claro, o valor da variável que é do tipo ponteiro nunca é o valor do objeto, existem dois valores completamente distintos na memória, esse tipo provoca sempre uma indireção para acessar o real objeto.
Zerando valor do objeto
O que eu achei curioso é que após o free()
o valor do objeto alocado nesse endereço foi considerado 0. Dá a impressão que a função free()
zera o valor, mas isso não é para acontecer. É claro que o compilador é livre para fazer o que quiser, mas teria custo e C incentiva não colocar custos ocultos que podem não ser necessários. Em geral a simples liberação ainda permitirá o acesso ao valor do objeto se nada sobrescrevê-lo.
Pesquisando um pouco parece que há caso que a liberação da memória da aplicação pode liberar a memória para o sistema operacional. Isso ocorrendo o endereço não é liberado para acessar pela aplicação. Curiosamente não dá erro e só acessa um valor neutro. Fiquei de cabelo em pé porque provavelmente gera algum custo. Não quer dizer que seja isso, pode ser que haja mudança no valor mesmo, teria que pesquisar no compilador ou biblioteca dele para identificar o que ele faz.
Pode ser que acontece só em modo debug, o que eu não gosto da ideia porque muda a semântica do código, pode até ocultar um bug. Faria mais sentido porque nesse modo a performance não é problema, mas parece uma solução ruim.
Olhando o fonte da alocação pode ter ocorrido um meio termo:
struct malloc_chunk {
INTERNAL_SIZE_T prev_size; /* Size of previous chunk (if free). */
INTERNAL_SIZE_T size; /* Size in bytes, including overhead. */
struct malloc_chunk* fd; /* double links -- used only if free. */
struct malloc_chunk* bk;
/* Only used for large blocks: pointer to next larger size. */
struct malloc_chunk* fd_nextsize; /* double links -- used only if free. */
struct malloc_chunk* bk_nextsize;
};
Um bloco de alocação pode ter sobrescrito nessa situação o valor do objeto. Isso não quer dizer que ocorrerá sempre, mas aconteceu um caso que não liberar para o sistema operacional, mas teve um processamento de gerenciamento de memória interno que usou a memória dentro do free()
.
Aí eu fico pensando que até mesmo o printf()
poderia, em tese, ter feito alguma coisa que sobrescreveu o valor enquanto ele estava processando a impressão. Não acho bom e acredito ser menos provável. Não lembro dessa função fazer uma alocação no heap.