A função feof
verifica o end-of-file indicator, não o arquivo em si. O problema é que quem seta o end-of-file indicator é outra função (no caso, uma das responsáveis por fazer a leitura), por isso não é uma boa ideia usar feof
desta maneira. Ou seja, se tivermos algo como:
while (! feof(arq)) {
fgets(dados, tamanho, arq);
// faz algo com os dados lidos
}
Isso pode dar problema, por exemplo, se o arquivo terminar com uma linha em branco. Quando chegar na última linha que tem dados, o fgets
vai ler o seu conteúdo. Mas como ainda tem uma linha em branco no final, então feof
vai retornar zero (já que fgets
ainda não chegou ao final do arquivo, e portanto não setou o end-of-file indicator).
Na próxima iteração do while
, fgets
encontrará a linha em branco e o final do arquivo, e setará o end-of-file indicator. Mas nesse caso ele não conseguiu ler nada, e segundo a documentação, caso nenhum caractere seja lido, o conteúdo da string passada como primeiro argumento não é alterado (e isso resulta na última linha lida sendo escrita duas vezes, já que a string ainda contém os dados da leitura anterior que foi bem sucedida).
Se quiser uma explicação bem mais detalhada sobre o problema, pode ler aqui e aqui.
Enfim, a solução é simplesmente não usar feof
, e em vez disso testar o retorno do próprio fgets
(assim você sabe se ele conseguiu ler os dados corretamente):
int main (void) {
char linha_da_vez[TAMANHO_DA_LINHA + 1];
FILE *arquivo_fonte, *arquivo_destino;
// sempre verifique o retorno das funções
if ((arquivo_fonte = fopen("minusc.txt", "r")) == NULL) {
printf("Erro ao abrir arquivo fonte\n");
return 1;
}
if ((arquivo_destino = fopen("maiusc.txt", "w")) == NULL) {
printf("Erro ao abrir arquivo destino\n");
return 1;
}
// não use feof, em vez disso teste o retorno de fgets
while (fgets(linha_da_vez, TAMANHO_DA_LINHA, arquivo_fonte)) {
linha_maiuscula(linha_da_vez, TAMANHO_DA_LINHA);
fprintf(arquivo_destino, "%s", linha_da_vez);
}
fclose(arquivo_fonte);
fclose(arquivo_destino);
return 0;
}
Outro detalhe é que eu não removi o \n
depois de ler os dados, porque depois você acaba escrevendo novamente o \n
no fprintf
. Então removê-lo para depois adicioná-lo novamente me parece redundante e desnecessário. Simplesmente não o remova e na hora de escrever, não o adicione.
Aliás, da forma que você fez pode dar problema caso tenha alguma linha maior que o tamanho máximo (pois neste caso o fgets
não lerá o \n
, mas na hora de escrever você inclui, fazendo com que o arquivo final fique com quebras de linha a mais). Faça o teste, mude TAMANHO_DA_LINHA
para um valor pequeno, como 2
por exemplo (ou crie um arquivo com uma linha maior que TAMANHO_DA_LINHA
), e veja o que acontece (e depois rode com o meu código acima para ver a diferença).
Como neste caso estamos escrevendo toda a string diretamente (inclusive o \n
, caso tenha, já que eu não o removi), podemos usar fputs
. fprintf
é útil quando queremos formatar a saída, mas neste caso estamos escrevendo a string sem nenhuma formatação adicional, então basta escrevê-la diretamente com fputs
:
while (fgets(linha_da_vez, TAMANHO_DA_LINHA, arquivo_fonte)) {
linha_maiuscula(linha_da_vez, TAMANHO_DA_LINHA);
fputs(linha_da_vez, arquivo_destino);
}
Outro ponto é que a linha não necessariamente terá a quantidade de caracteres igual a TAMANHO_DA_LINHA
, então não tem porque fazer o loop sempre até esse valor. Como fgets
coloca o terminador de string no final, basta fazer o loop até encontrá-lo:
void linha_maiuscula (char *linha_da_vez) {
for (int i = 0; linha_da_vez[i] != '\0'; i++)
if (linha_da_vez[i] >= INICIO_MINUSCULAS && linha_da_vez[i] <= FIM_MINUSCULAS)
linha_da_vez[i] -= 32;
}
Eu também mudaria o nome da função para converte_para_maiuscula
ou algo do tipo...