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Criei os métodos assessores setter e getter para o atributo saldo.

É correto usar esses assessores um dentro do outro? Um sendo usado como parâmetro para o outro.

Mais especificamente o getSaldo() sendo parâmetro do setSaldo() que está dentro do método sacar().

A linha:

this.setSaldo(this.getSaldo() - saque);

O código de exemplo em Java:

public class ContaBanco {
    private int saldo;

    public int getSaldo() {
        return saldo;
    }

   public void setSaldo(int saldo) {
        this.saldo = saldo;
   }

   public void sacar(int saque){
            //this.saldo = this.saldo - saque;
            this.setSaldo(this.getSaldo() - saque);
   }

}

O código em si funcionou. Mas eu não sei se é correto e dentro dos padrões dessa forma.

O objeto de teste:

public static void main(String[] args) {
        ContaBanco c1 = new ContaBanco();
        c1.setSaldo(500);
        c1.sacar(100);
    }
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  • 2
    Muito grato pelos esclarecimentos @Piovezan e @maniero Pelo que entendi, nesse caso do exemplo o uso dos assessores seria opcional para facilitar a escrita e compreensão do código, sendo mais necessário somente em casos de código com mais "recursos/complexo" para melhor aproveitamento dos setters e getters, sem escrever código desnecessariamente
    – rrdx23
    17/03/2021 às 19:06
  • Agora você pode votar em todas perguntas e respostas do site que achar interessante.
    – Maniero
    17/03/2021 às 19:08
  • @rafax23 Se você estiver se referindo aos acessores privados (autoencapsulamento) que o Fowler falou, sim (aliás seria esse mesmo o termo? Acessor? Assessor? Fiquei na dúvida agora, acho que não existe assessar em PT, só assessorar, eu chamo os getters + setters conjuntamente de manipuladores). Se fala de acessores públicos ou protegidos, aí eu prefiro dizer que eles só devem existir quando fazem sentido para a interface de utilização que você está querendo oferecer aos clientes dos objetos daquela classe, sem necessariamente haver uma relação de 1 para 1 entre os mesmos e os campos internos.
    – Piovezan
    29/03/2021 às 17:12

2 Respostas 2

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Não há problema em fazer isso. Porém aí tem uma questão que a utilização desse tipo de padrão cria: o código fica um pouco menos DRY e tem duas formas de acessar o campo, de forma direta e indireta. Não é o fim do mundo, mas passa ter que pensar sobre o uso.

Conceitualmente falando o mais correto seria só chamar através do método acessador, assim fica mais DRY e garante que o aceso é feito de maneira uniforme em todos os pontos. Mas há motivos de performance ou até de semântica diferente que se deseja naquele momento.

É claro que se é sabido que o método não faz nada extra e é uma indireção em cima do acesso ao campo de forma pura, então eu questiono um pouco a criação desse tipo de método. Eu até entendo que isso é necessário por uma deficiência da linguagem.

Tem que entender que se mudar a forma de acessar o campo se pegar o seu valor pelo método essa mudança se refletirá no que pegou, e se usar o campo essa mudança não será percebida no acesso direto. Tenha isso em mente na decisão.

Use o que for mais adequado para intenção, e na dúvida parece que o método é o melhor, já que ele foi criado.

Escreva o código que faça sentido, não o que atende padrões. Quando o padrão fizer sentido, ok, mas fazer sentido vem antes do padrão.

Coloquei no GitHub para referência futura.

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Queria complementar a resposta do Maniero com uma coisa que acho que faltou falar.

Criei os métodos assessores setter e getter para o atributo saldo.

Precisava mesmo ter criado? É importante diferenciar entre a interface exposta pelo objeto e os detalhes de implementação que existem dentro dele. Sua conta tem um campo interno chamado saldo, mas ele poderia não existir, poderia haver uma lista histórica de operações financeiras que você percorre somando os resultados para obter o saldo atual no momento em que chama o getSaldo() (por exemplo).

Com essa diferenciação você protege a interface externa do seu objeto, que tende a ser mais estável, sem perder oportunidade de conseguir alterar os detalhes internos conforme necessário.

Faz sentido esse setter? Quer dizer, faz sentido disponibilizar uma operação de alterar o saldo de uma conta bancária para um valor arbitrário? Ou o que você realmente precisa na sua conta são operações (métodos públicos) de crédito e débito? Que alteram o saldo de maneira controlada. Pense nisso.

Sobre haver um setSaldo() interno, privado, o Martin Fowler fala a respeito mas não o impõe. Mas isso é bem diferente de disponibilizá-lo para uso público por todos os clientes do objeto, sendo que o objeto pode não ter a necessidade de expor essa alteração arbitrária de saldo.

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