Classes abstratas são classes que não podem ser instanciadas e sua implementação depende de outras classes, mas usando a palavra chave factory pode-se "instanciar" uma classe abstrata.
Então, como e quando se utilizar deste recurso?
Classes abstratas são classes que não podem ser instanciadas e sua implementação depende de outras classes, mas usando a palavra chave factory pode-se "instanciar" uma classe abstrata.
Então, como e quando se utilizar deste recurso?
Você sabe que a classe abstrata não pode ser instanciada, mas ela pode ter um construtor desde que construa um objeto de uma classe concreta, e claro, o correto é que esse objeto seja de uma classe derivada dessa abstrata.
Então você pode usar a classe abstrata como forma de decidir o que fazer. Você pode ter uma classe padrão que seja criada na maioria dos casos ou pode ter uma escolha baseado-se em algum parâmetro ou alguma informação que pode ser pega globalmente.
Note que se o construtor fosse normal ela teria que gerar um objeto concreto derivado dela, é isso que construtores fazem, mas teria que devolver o tipo da classe abstrata, o que não é o desejado. O mecanismo permite retornar o tipo concreto.
É útil quando o código da aplicação não precisa saber quais são as classes filhas que pode usar. Então você que está fazendo a aplicação só precisa conhecer a classe geral e ela se vira pra te entregar o melhor objeto possível para a situação, provavelmente de acordo com configuração que você deu (que no fundo acaba expondo conhecimento mínimo do que existe). Dessa forma as classes filhas passam ser detalhes de implementação. E de fato a classe abstrata precisa ter conhecimento de quais classes filhas existem, ainda que indiretamente.
Não deixa de ser interessante, mas eu acho que usar herança para isso é errado na maioria das situações. Já que a classe deve conhecer as filhas e essas são muito parecidas com a classe mãe, então por que não só flexibilizar a classe mãe para ter comportamentos diferentes de acordo com algum parâmetro em seu próprio construtor?
Lembrando que toda filha criada obrigará mudar a mãe.
Eu acho que o motivo principal desse mecanismo ter sido criado é justamente o que está no comentário, é até exemplo da documentação, e retornar uma instância da própria classe com uma lógica um pouco mais complexa do que um construtor normal conseguiria.
O exemplo da documentação é um bom uso, já com classe abstrata, pram mim, é abuso. Pode usar, mas geralmente tem forma mais simples de fazer isso e é querer fazer a orientação a objeto ser usada onde ela tem zero benefício (note que eu não disse pouco).
Obviamente pode ter alguma exceção e encontrar um cenário realmente válido, mas provavelmente seria algo envolvendo reflexão, é muita complicação para ainda um ganho pequeno e ainda forçaria a aplicação saber algum detalhe de implementação, mesmo que não todo ele.
Outro bom exemplo é criar um Singleton.
O motivo para usar está ali em cima na resposta, mas eu consideraria que não deve usar nesse caso. Se usar seria algo assim:
abstract class WidgetService {
WidgetService _cached;
factory WidgetService(String type) {
switch (type) {
case 'a': return new ConcreteWidgetServiceA();
case 'b': return new ConcreteWidgetServiceB();
default: throw new ArgumentError("precisa de um nome válido");
}
}
Widget getWidget();
void saveWidget(Widget widget);
}
class ConcreteWidgetServiceA extends BaseWidgetService implements WidgetService {
WidgetService();
Widget getWidget() {
// code to get widget here
}
void saveWidget(Widget widget) {
// code to save widget here
}
}
class ConcreteWidgetServiceB extends BaseWidgetService implements WidgetService {
WidgetService();
Widget getWidget() {
// code to get widget here
}
void saveWidget(Widget widget) {
// code to save widget here
}
}
Coloquei no GitHub para referência futura.
Desta forma só precisa conhecer a classe WidgetService
e que parâmetro passar para ela. Isso parece muito errado e desnecessário porque dá para criar um método estático normal que faça a fábrica e lide com isso se realmente precisar do dinamismo imposto por esse padrão, e novamente, indica que não deveria ter herança já que qualquer filha nova teria que mudar a classe mãe.
Reforço, pra tudo tem exceção, mas um mecanismo na linguagem não deveria lidar com casos raros e sim com casos que acontecem muito. Claro que tendo o mecanismo criará uma tendência de escrever código assim e não será tão raro, fazer algo ruim.
Classes abstratas são classes que não podem ser instanciadas
Correto. O que a caracteriza por definição do Dart Language tour é o fato de não poder ser instanciada.
e sua implementação depende de outras classes,
Não completamente. Pode ser que apenas alguns métodos sejam abstratos também. Não é necessário que todos sejam. Essa classe também pode ter propriedades (atributos) sem nenhum problema. Uma sub-classe dessa classe abstrata só precisa fornecer a implementação dos métodos abstratos.
mas usando a palavra chave factory pode-se "instanciar" uma classe abstrata.
Mais ou menos. Ela vai aparentar, para o efeito do código, ter sido instanciada, mas seu uso principal é para você poder ter maior controle sobre sua criação.
Isto é, por exemplo, você pode retornar uma instância de uma subclasse específica sempre (podendo aplicar o padrão de singleton). Você pode, dependendo do parâmetro que você passou ao factory constructor
, escolher qual a subclasse adequada para ser instanciada.
Então como e quando se utilizar deste recurso?
Quando fizer sentido para você. Se você precisa criar um singleton, ou se você precisar fazer um procedimento para descobrir qual sub-classe precisa ser instanciada são bons exemplos. Sintaticamente não existe nada além do que simplesmente aplicar ambos os conceitos simultaneamente:
abstract class numero {
List<int> numerosEscolhidos = [];
String nomePorExtensoDoNumero(); // Método abstrato.
factory numero(double numero) {
numerosEscolhidos.insert(numero);
if (numero%2==0)
return classePar(numero);
return classeImpar(numero);
}
}