A Struct em C ou C++ define os campos do seu objeto de dados, e para cada campo, não só o nome, mas o tipo exato de dado - e, por decorrência, seu tamanho em bytes.
Se o código escreve a estrutura como está na memória no disco, você vai ter essa sequência de bytes no disco.
Se é uma estrutura com ponteiros para outras estruturas, ou mesmo para strings de texto (char *) que estariam em outros pontos na memória, gravar e recuperar isso do disco se torna uma tarefa grande sozinha. Mas, essa da pergunta, tem de fato todos os dados "locais" num único trecho de memória. No entanto, ela tem outras structs usadas internamente (STRUCT_SCORE e STRUCT_ITEM), bem como sequÊncias de tamanho declarado com um nome (NAME_LENGTH, MAX_EQUIP e MAX_CARRY)
Bom, ao ler um arquivo com essas estruturas em Python, ou qualquer outra linguagem, você tem de volta um conjunto de bytes. Saber "ver" dentro desses bytes e saber qual deles corresponde a qual campo do original tem que ser programado.
Em suma - pra ler isso em Python você vai ter que redeclarar a estrutura, e todas as estruturas aninhadas, no código Python - não tem como fugir, e possivelmente algum códigozinho em volta pra tornar o acesso aos campos mais fácil. (por exemplo, o último campo que é unsigned char Resist[4];
- para que seja lido e escrito como 4 caracteres no Python vai precisar de algumas transformações
**Antes de continuar ** dependendo do seu objetivo, talvez passar a estrutura para lá e para cá em Binário não seja a coisa mais simples a se fazer. Você pode considerar ter alguma biblioteca em C que grave a struct como "json" por exemplo, nesse caso, a leitura no Python e em várias outras linguagens fica mais simples. Também há outros protocolos de troca de dados que permitem que voce declare a estrutura de dados uma única vez e use em várias linguagens - os protobuffers do Google e o Cap'n'proto são dois exemplos.
Eu vou passar um caminho das pedras em Python - mas para fazer isso funcionar não é tão simples - você vai ter que suar um pouco aí (ou combinamos uma live e faço ao vivo).
Pacote "struct" da biblioteca padrão
Dito isso, em Python, há o módulo "struct", e ele, de fato pode descomprimir uma sequência de bytes em vários objetos de Python - que firam numa sequência, de onde podem ser usados. Se usado em conjunto com uma collections.namedtuple
você pode ter acesso de leitura a todos os campos por nome - mas vai ter que declarar o nome e tamanho (em bytes) de cada campo em dois lugares diferentes.
Então, só como exemplo, uma struct assim:
struct STRUCT_MINIMOB
{
char MobName[15];
char Clan;
unsigned char Merchant;
int Coin;
}
Que esteja gravada num arquivo "minimob.bin" vai poder ser lida do Python assim:
import struct
from collections import namedtuple
MiniMob = namedtuple("minimob", "mobname clan merchant coin")
mob_recuperado = MiniMob(struct.unpack("=15scBi", open("minimob.bin", "rb").read()))
E você poderia ver - pelo menos o começo do nome, vendo o campo mob_ recuperado.name
em Python nesse ponto. Os campos coins
e merchant
também funcionariam (mas o "merchant" vai ser um inteiro de 0 a 255, que terá que ser salvo e lido separadamente, em outro struct, aí você pode ler e colocar em um dicionário em que esse inteiro de 0 a 255 seja a chave, etc... ).
A chave para essa leitura é a string "=15scBi"
na chamada ao struct.unpack - se você olhar na documentação do struct, vai ver que essa codificação corresponde a "usar ordem de bytes nativa, uma string de caracteres de tamanho 15, um caracter, um número com sinal a partir de um byte e um inteiro de 4 bytes" .
Coo você pode ver, isso é difícil de fazer, propenso a erros, e mais dificilmente ainda de manter certo. - e mais, os campos com estruturas aninhadas (Equip, Carry), teriam que ser lidos como uma sequência de bytes e o processo teria que ser repetido para seu conteúdo.
Usando ctypes
Python tem uma outra forma nativa de ler estruturas binárias, que são a classe Structure do ctypes. Essa forma é bem menos conhecida que o "struct" normal - mas é fácil ver que exceto em casos de até uns 10 campos bem simples, o "struct" sozinho não ajuda muita coisa.
O maior senão é que o Structure dp ctypes foi feito para se reproduzir structs de C em Python, sim, mas não tem uma forma intuitiva de criar uma estrutura dessas a partir de dados brutos (bytes lidos de um arquivo). Como o próprio módulo ctypes provê ferramentas que normalmente não se usa em Python - de acesso direto a memória por endereços (ponteiros), o negócio é usar "uma receita de bolo" com isso pronto - e aí sim, você pode ter algo programaticamente funcional (bastanto respeitar que o texto em "C" como vai aparecer na classe Structure do ctypes é "bytes" - e fazer as conversões apropriadas com encode/decode.
A sintaxe para declarar uma estrutura usando ctypes.Structure é dada aqui:
https://docs.python.org/3/library/ctypes.html#structures-and-unions
(esses exemplos fazem um from ctypes import *
que e desaconcelhado - melhor é fazer import ctypes
e colocar prefixos em Structure
, c_int
. Só a declaração da estrutura resumida como está acima seria:
import ctypes
class MiniMob(ctypes.Structure):
_pack_ = 1
_fields_ = [
("name", ctypes.c_char * 15),
("clan", ctypes.c_char),
("merchant", ctypes.c_ubyte),
("coin", ctypes.c_int32),
]
(O _pack_ = 1
garante alinhamento byte a byte, senão o ctypes vai jogar
o "coin" para uns bytes pra frente e quebrar sua estrutura toda)
E, como eu disse, isso permite uma classe bem próxima de uma struct em C, em que você pode manipular os campos um por um - mas para acessar os conteúdos como uma sequência de bytes, eu adaptei uma receita daqui:
https://stackoverflow.com/a/1827666/108205
import ctypes
class MiniMob(ctypes.Structure):
_pack_ = 1
_fields_ = [
("name", ctypes.c_char * 15),
("clan", ctypes.c_char),
("merchant", ctypes.c_ubyte),
("coin", ctypes.c_int32),
]
@classmethod
def _load(cls, data):
self = cls()
size = min(len(data), ctypes.sizeof(self))
ctypes.memmove(ctypes.addressof(self), data, size)
return self
def _dump(self):
return memoryview(self).to_bytes()
E com isso aí você pode jogar os bytes lidos de um arquivo direto para o método load
- abaixo, no modo interativo, eu crio os bytes que estariam no arquivo para esses campos concatenando alguns objetos do tipo "bytes":
In [150]: dados = b"Batman" + b"\x00" * (15 - len("batman")) + b"A" + bytes((100,)) + (1000).to_bytes(4, "little")
In [151]: mob = MiniMob._load(dados)
In [152]: mob.coin
Out[152]: 1000
In [153]: mob.name
Out[153]: b'Batman'
Uma outra vantagem dessa abordagem é que você pode colocar as estruturas aninhadas como faz em C: declara-las separadamente e coloca-las no _fields_
onde vão ser usadas.
Outras formas
Outras formas de fazer isso acredito que sejam usando criadores de "wrappers" automáticos de C para Python. Se você usar o "cython" por exemplo, vai ter que declarar a estrutura de novo, usando a sintaxe do cython, mas acredito que ele já te engregue, após uma chamada do Python, um objeto pronto pra uso como no caso do ctypes.
AInda uma outra forma é criar uma classe de descriptor sua - algo que vá funcioanar parecido com o "property" do Python - e você guarda os dados brutos,l idos do arquivo, num objeto do tipo "bytearray" nas suas instâncias - e permite que cada descriptor possa ler e escrever nas posições certas.
COmo sua struct de C já tem as posições em bytes anotada para cada campo, essa poderia ser uma boa alternativa.
Eu faço algo parecido num projeto meu - Isso pde ficar muito legal, e bem "foolproof", mas vai exigir um conhecimento mais avançado de Python um pouco -
Mas você pode usar o código do arquivo "base.py" aqui pra isso já:
https://github.com/jsbueno/pythonchain/blob/master/pythonchain/base.py
E aqui estão as classes, algumas bem avançadas, fazendo uso do que é definido na "base" para fazer entrada e saída de dados compactados - como no caso do struct em C:
https://github.com/jsbueno/pythonchain/blob/1f9208dc8bd2741a574adc1bf745d218e4314e4a/pythonchain/block.py#L45
Essas classes deriadas de "base.Base" tem os métodos from_data
e serialize
.
Na verdade, talvez usar o base.Base desse projeto seja o mais simples de tudo o que eu falei.