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Para desenvolver em Ruby on Rails, eu utilizo aqui uma máquina virtual do VirtualBox com Ubuntu Server 14.04 sem interface gráfica instalada.

Recentemente descobri uma configuração que melhora absurdamente o desempenho da VM:

  • Habilitar aceleração de vídeo 3D;
  • Aumentar a memória de vídeo de ~8MB para 128MB.

Depois que alterei apenas essas duas opções, fiquei com a impressão que tudo ficou umas 5 vezes (!) mais rápido: boot do sistema operacional, execução dos teste do Rails e até mesmo o desempenho das aplicações Rails mesmo.

Me surpreendeu, porque eu sempre achei que aceleração 3D servia apenas para coisas gráficas como jogos, ferramentas de CAD, interface gráfica do Sistema Operacional, etc., mas na VM eu não uso nada gráfico.

O acontecimento acima me trouxe a dúvida se o processamento não-gráfico também pode se beneficiar da aceleração 3D, e porque isso acontece.

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  • De certa maneira sim, pois por exemplo uma atividade gráfica que antes era armazenada a memória da máquina passa a ser executada pela memória da placa, assim esse espaço de memória da máquina ficaria disponível para executar uma outra tarefa. 8/09/2014 às 12:16
  • Seria tão bom que pessoas que entendem do assunto respondessem
    – Maniero
    8/09/2014 às 13:59
  • A pergunta é boa, mas acredito ser descontextualizada... ou o meta pode me desmentir? 8/09/2014 às 18:34
  • 2
    Votei para reabrir, pois trata-se de um assunto que interessa diretamente ao desenvolvedor (e não só incidentalmente). É um caso em que a maior compreensão do ambiente no qual um sistema está sendo implantado permite um aproveitamento melhor dos seus recursos, com impacto direto no seu desempenho.
    – mgibsonbr
    8/09/2014 às 19:25
  • 2
    Pois é, acho que "execução dos teste do Rails <--> ficou umas 5x mais rápido" é bastante relevante à programação.
    – brasofilo
    8/09/2014 às 20:34

2 Respostas 2

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Operações de vídeo são custosas. Gamers que criticam artefatos de ruptura (tearing) a 60FPS não têm idéia da complexidade das operações sendo realizadas pela GPU.

Mas nós somos vítimas deste efeito também. Estamos tão acostumados a processamentos de conteúdo visual especializado que não nos damos conta que as GPUs de hoje em dia são ordens de magnitude mais rápidas do que as CPUs - 120 vezes (12.000 %!) de acordo com a NVidia, 16 vezes de acordo com a Intel. Mesmo GPUs embarcadas (como cores extras ou processadores individuais) são, para operações de rasterização, mais rápidas.

Dependendo da implementação do ambiente em uma máquina virtual, as chamadas de funções que sofreriam offload para a GPU em uma máquina física são interpretadas pela CPU, em um processo que não é otimizado para velocidade.

Essas operações entram na mesma 'fila' de execução das instruções normais, resultando assim em uma considerável perda de performance.

Quando a aceleração de vídeo é habilitada você está permitindo que instruções para interfaces de instrumentação 3D conhecidas (OpenGL, DirectX, etc.) sejam utilizadas. Emuladores podem assim interceptar essas chamadas, e decidir se repassam as operações 3D para o host nativo ou se simplesmente as ignoram (quando, por exemplo, a VM não está sendo visualizada.)

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Tudo o que você consegue ver no computador é gráfico ou usa gráfico.

O que ocorre é que dividimos as interfaces em "gráfica" e "texto". Porém, mesmo os computadores antigos com sistemas em modo texto usam placa de vídeo.

A aceleração faz retirar do processador a responsabilidade de lidar com o vídeo, aumentando a performance dele.

Apesar de ser para Windows, encontrei um artigo sobre o assunto com mais detalhes técnicos. Fala inclusive sobre a renderização de textos.

Hardware Acelerando Tudo