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Acredito que isso faz parte do nosso escopo (penúltimo item).

Minha dúvida é a seguinte:

Se eu criar um programa (Interface Gráfica) que comunique (de forma dinâmica) com um programa GPL, poderia distribuir os dois juntos ? [Sei que se for comunicação estática é uma infração da licença]

Claro que espeficicando a lincença de cada, os direitos permitidos aos usuários etc.

2 Respostas 2

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Alerta: não tenho conhecimento profundo de licenças e leis, portanto não considere esta resposta como definitiva do ponto de vista legal. Na dúvida, consulte um advogado especializado.


A FAQ da licença GPL apresenta o conceito de "mera agregação", isto é, dois programas lado a lado no mesmo disco, mas separados, não sendo parte de um único programa.

Segundo a FAQ:

Neste caso, se um dos programas é coberto pela GPL, isso não tem efeito no outro programa.

O motivo é simples:

Pipes, sockets e argumentos de linha de comando são mecanismos de comunicação normalmente utilizados entre programas separados

Mas note que os programas não poderiam ser colocados num mesmo instalador, pois:

Se os módulos são incluídos no mesmo arquivo executável, então eles estão definitivamente combinados em um único programa.

O mesmo vale se os dois programas usarem um endereço de memória compartilhado, isto é, eles seriam consideradas um único programa.

Enfim, imagino um cenário possível para combinar GPL e alguma licença menos restritiva:

  1. Usuário recebe um disco ou um ZIP contendo dois arquivos de instalação, o do programa principal não-GPL outro do programa secundário GPL.
  2. A instalação do programa principal não-GPL, após encerrar, executa a instalação do programa GPL em um processo separado.
  3. Os dois programas ficam em diretórios separados, como dois aplicativos independentes no sistema operacional.
  4. O programa não-GPL pode fazer chamadas ao programa GPL, via API do sistema operacional, utilizando parâmetros, pipes, sockets e outros recursos comuns de comunicação.

O que não pode ser feito, por exemplo, é carregar um módulo ou DLL de um programa no outro.

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  • É bom frisar que essa é a interpretação que a FSF dá para o que é uma "obra derivada". A justiça pode interpretar diferente (seja a favor do autor do software GPL, seja a favor de quem o redistribuiu "irregularmente") - inclusive países diferentes podem aplicar as leis de modo diferente. A intenção conta muito, ao contrário do nosso senso comum [de que a justiça é uma coisa rígida, que vale o que está no papel e pronto], e se os propósitos dos dois sistemas são próximos ou distantes. de todo modo, as informações apresentadas aqui estão corretas - e bem próximas do que ocorreria na prática.
    – mgibsonbr
    29/07/2014 às 12:31
  • 1
    Um bom exemplo é o BlueZ (Pilha Bluetooth para Linux), que é GPL e implementa toda sua API em cima do D-Bus justamente para não "contaminar" programas que vão usar Bluetooth com a licença GPL.
    – epx
    22/08/2014 às 17:46
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Conforme consta no FAQ da GPL

The installer and the files it installs are separate works. As a result, the terms of the GPL do not apply to the installation software.

Ou seja:

O instalativo e os arquivos que o mesmo instala são trabalhos separados. Como resultado os termos da GPL não se applicam ao programa de instalação.

Para o meu entendimento sequer o instalativo deve seguir a GPL. Portanto pode-se sim incluir programas GPL junto com não GPL sem que o não GPL caia nos termos dessa licença mas é importante deixar claro que o programa não livre precisará obrigatóriamente comunicar-se com o GPL (quando o fizer) por:

  • Pipe
  • Sockets
  • interface de linha de comando.

Essa resposta é uma adaptação dessa resposta do Doc Brown no Programmers.SE

* Referente ao entendimento do autor original

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