Estou desenvolvendo um sistema que mantém um registro de todas as movimentações financeiras ocorridas em uma conta bancária (partidas simples). Há uma redundância no meu modelo de dados: uma tabela saldo_conta
mantém uma lista de datas e saldos para uma determinada conta, e outra tabela movimentacao_financeira
mantém uma lista de entradas e saídas para uma determinada conta. Essas tabelas são redundantes, pois as informações de uma poderiam ser computadas a partir dos dados da outra (na realidade, existe uma pequena diferença, como será explicado adiante).
Entretanto, essa redundância já se mostrou útil no passado: devido a um bug na interface de usuário, vários lançamentos foram registrados com o valor errado. Porém o bug não afetou a outra tabela, de modo que fiquei com duas tabelas com históricos discrepantes. Uma vez determinado qual deles estava correto (e após ter corrigido o bug, naturalmente), foi uma simples questão de executar um script para recalcular os valores da tabela incorreta com base nos da outra.
Apesar disso, não estou 100% convencido que manter essa redundância é a maneira mais correta de se fazer a modelagem. Quero que meu sistema seja robusto, e não sei como faria essa recuperação de erro se não fosse pela redundância (os logs não guardam informações detalhadas sobre os lançamentos), acho que teria de conferir manualmente cada um deles com os relatórios bancários anexados [em formato de imagem]. Mesmo assim, tenho essa "noção pré-concebida" de que é uma má prática, só que me faltam argumentos objetivos para orientar minha decisão.
É sempre ruim manter redundâncias num modelo de dados relacional? E se a resposta for "sim", haveria uma maneira alternativa de se prevenir quanto a bugs que possam afetar os dados mais importantes? (i.e. simplificar a recuperação em caso de erros)
Atualização: um pouco mais de background no meu caso específico - a tabela movimentacao_financeira
contém uma lista de transações iniciadas mas não necessariamente confirmadas. Um exemplo seria a emissão de um cheque: o dinheiro já foi "gasto" (no sentido que já está provisionado, não pode ser usado para mais nada), mas enquanto o cheque não for descontado ele ainda não consta dos registros bancários. Já a tabela saldo_conta
registra os saldos já conciliados, ou seja, aquilo que aparece no extrato. Há uma relação N x 1
entre essas tabelas - pois várias transações individuais podem ser confirmadas por uma única conciliação bancária.
A redundância está em se armazenar o saldo nessa segunta tabela - uma vez que ele poderia ser computado como a soma de todas as transações já confirmadas até então. Entretanto, há uma diferença semântica: o saldo registrado nessa tabela deve ser exatamente o saldo registrado no extrato bancário - pois se o valor computado (i.e. soma das transações anteriores) for diferente daquilo que consta no extrato, alguma coisa está errada, e é preciso chamar a atenção para o fato (essa verificação é feita durante a conciliação, mas se no futuro forem registrados novos lançamentos no passado podem ser introduzidas discrepâncias - e sem meios de detectá-las [se o valor redundante não estiver presente]).