Como se cria métodos do tipo notação de ponto, aqueles que são chamados object.show ()
em vez de show ( objec )
, ou eles se aplicam apenas a strings, se sim por que exatamente ?
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1Você tem conhecimento sobre o paradigma de orientação a objetos?– Woss14/06/2017 às 23:21
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1veja se te ajuda pt.stackoverflow.com/q/199737/101– Maniero ♦14/06/2017 às 23:55
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1Sim Anderson, e depois de postar pensei que a galera ia pensar mesmo em uma chamada normal de um objeto - claro pensando que tudo da linguagem são ' objetos ', porém perguntei com outro intuito.– Luis Souza15/06/2017 às 0:24
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E qual seria esse outro intuito? Acho que ele não ficou muito claro.– Woss15/06/2017 às 11:09
2 Respostas
A notação de ponto em Python é usada para recuperar atributos de objetos. Em particular em Python, não há uma distinção no momento em que você usa o ponto entre um "atributo" e um "método" - como em Python tudo é um objeto e o que distingue os métodos é que eles são membros "chamáveis" ("callable") de um objeto.
Então, para criar um método, a forma mais comum é criar uma classe, e definir os métodos dentro do corpo da classe com a notação def <nome>
(self, [parametro, ...]):
- exatamente como fazemos com funções soltas. Depois disso, ao serem criadas instâncias dessa class, os métodos estarão disponíveis:
class A:
def b(self):
print(f"Método b chamado no objeto {self}")
a = A()
a.b()
se você colar iso no modo intertivo (Python 3.6) a saída será algo como:
Método b chamado no objeto <__main__.A object at 0x7f19d24b77b8>
(Para versões de Python entre 3.0 e 3.5, remova a "f-string" e use o método ".format").
Há outras formas de se colocar atributos recuperáveis por ponto - por exemplo a simples atribuição - que pode ser feita tanta na classe quanto em alguma instância de objeto. Continuando o exemplo acima:
def bla():
print("bla chamado")
a.bla = bla
a.bla()
Desta vez a função "a" se torna um atributo da instância a
do objeto da classe A
que criamos. A maior diferença sendo que desta forma ela não recebe uma referência à própria instância de forma automática (veja, a função bla
foi definida sem o parâmetro self
e daria erro se fosse delcarada com self
e usada dessa forma).
As regras que o Python usa para acesaruma tributo de instância ou de classe - e quando ele acrescenta automaticamente o atributo self
ou não - são bem definidas na linguagem. - mas requerem um certo estudo para serem entendidas em sua totalidade, por que cobrem todos os corner cases. Para uso no dia a dia costumam ser intuitivas o suficiente. O Data Model talvez seja o melhor documento para entender a linguagem como um todo e essas regras.
Um resumo simplificado só para entender o mais básico da busca de atributos - após o ponto há um nome de atributo, e o Python runtime busca o atributo no objeto seguindo esses passos:
- O método
__getattribute__
do objeto é chamado com os parâmetrosself
e o nome do atributo. Via de regra, as classes definidas em código "do dia a dia" não redefinem o método__getattribute__
- então esse método está na base da hierarquia de objetos do Python - e procede à busca do atributo. Os próximos passos na verdade ocorrem dentro desse__getattribute__
padrão. O primeito dos casos abaixo que der "match" é retornado como o atributo: - O Python busca na classe e superclasse do objeto se o atributo existe e é um objeto do tipo "data-descriptor" (um objeto que por sua vez tenha o método
__get__
E um dentre__set__
ou__del__
) - eu não vou detalhar o que acontece se ele encontra para manter esta resposta num nível intermediário. Só adianto que quando usamos o decorator@property
ele cai nesse caso. - Caso não encontre um descritor, o Python olha no atributo
__dict__
da própria instância se existe uma chave com aquele nome. S - O Python busca na classe do objeto por um atributo com aquele nome.
- Se não encontrar na classe, ele procura nas superclasses, seguindo a ordem que está no atributo
.__mro__
da classe. - Se não for encontrado ainda, o Python chama o método
__getattr__
(é difernete do__getattribute__
) da classe, assando o nome do atributo. - Se a chamada ao
__getattr__
falhar, acontece uma exceçãoAttributeError
e o atributo não é recuperado.
Além disso vale a pena acrescentar que para objetos cujas classes são definidas direto em C, usando a Python API, e não em Python puro, em geral não é possível acrescentar novos atributos ou métodos dinâmicamente. Ou seja, você não pode pendurar novos métodos nas classes str
ou int
do Python, como é possível em Ruby.
Vamos começar com um exemplo em que são criados 4 métodos, sendo um init
, os dois primeiros com a notação show(obj) e o último com a chamada que que vc chama de 'notação de ponto'.
Veja o código apresentado nessa resposta, rodando no repl.it.
class collection1::
def __init__(self):
self.lst = [1,2,3,4,5]
# Tamanho da collection (função len)
def __len__(self):
return len(self.lst)
# Fornece a posição de um item na collection
def __getitem__(self, position):
return self.lst[position]
# Apresenta a collection
def show(self):
print (self.lst)
Agora vamos instanciar e executar os metodos:
c = collection1()
print (len(c))
5
print (c[3])
4
c.show()
[1, 2, 3, 4, 5]
Métodos com nomes iniciados e terminados com __
(dunderscore)
São os métodos especias, chamados por alguns de "métodos mágicos", a principal coisa que vc deve saber sobre esses métodos é que voce não deve chama-los diretamente (embora isso possa ser feito). Ao invés de usar obj.__len__()
ou obj.__getitem__[3]
deve-se usar len(obj)
e obj[3]
. Note que se obj é um tipo 'embutido' (built-in), como list, str, etc. O interpretador fará uma chamada a uma função (que pode estar em cpython) através de um atalho. Se a classe da qual obj é uma instancia, foi implementada por voce, o interpretador chamará o método de instancia que voce implementou, no caso __getitem__
e/ou __len__
.
Porque len não é um método?
Luciano Ramalho em seu livro Python Fluente, afirma que fez essa pergunta a um dos "core developers" em 2013 e a chave da resposta foi uma citação de The Zen of Python 'praticality beats purity' (A praticidade supera a pureza). Recomendo o livro (não, não estou ganhando nada. :-) ) para maiores detalhes.
Implementando nosso própio str
na nossa classe:
Vamos supor que precisassemos ou quisessemos implementar um str "metido a besta" na nossa classe, teriamos apenas que implementar __str__
, assim:
def __str__(self):
return 'Classe especial com uma lista simples'
Agora poderiamos usar a função str
como se fosse uma função embutida no python, a diferença é que o interpretador vai chamar a nossa função:
obj = collection1()
print (obj)
Classe especial com uma lista simples
Conclusão
A não ser pelas implementações dos métodos escpeciais, a maioria dos métodos que voce desenvolver, serão do tipo que voce chama de "notação de ponto", aliás, mesmo os métodos especiais tem a mesma implementação (que os da tal notação) a diferença está somente na chamada e na mágica.
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2Vale a pena colocar que os métodos mágicos são sempre começados e terminados com
__
- por que o efeito de um nome de método só começado com__
é completamente diferente (aí entra o mecanismo de name-mangling)– jsbueno16/06/2017 às 12:15 -
1Verdade, coloquei iniciados com dunderscores mas, na realidade é: inicidados e terminados. Vou editar. Obrigado.– Sidon16/06/2017 às 12:22
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1E extra oficialmente são chamados por métodos dunder, por exemplo:
__len__
é o dunder len, assim como__x__
seria o dunder x. Apenas uma curiosidade que vale o comentário.– Woss16/06/2017 às 14:05