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Tenho percebido que, em muitos projetos públicos no GitHub, os commits costumam conter alterações muito pequenas. Há vários casos de commits com alterações em uma única linha de código. Em outros, há alterações apenas em comentários, não em código.

Eu não costumo trabalhar assim. Uso o Git localmente e evito fazer commits de alterações mínimas, normalmente são alterações substanciais. Em alguns casos, meus commits contém alterações em mais de 10 arquivos. Tenho me perguntado se isso é o ideal.

Qual é a quantidade apropriada de alterações para um único commit?

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    Várias perguntas boas geram algum grau de opinião com base na experiência de especialistas, mas as respostas a esta pergunta tenderão a ser quase que completamente baseadas em opiniões e não em fatos, referências ou experiência específica. 29/05/2014 às 14:32

3 Respostas 3

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Não é ideal medir um commit pela quantidade de arquivo ou por sua percepção do tamanho das alterações.

No mundo ideal, um commit deveria conter uma, e somente uma, nova funcionalidade ou então uma única correção. Isso possibilita a rastreabilidade de impacto de cada alteração e um possível rollback desse commit no caso dele quebrar alguma coisa.

Por outro lado, se você unir as funcionalidades X, Y e Z num mesmo commit e a funcionalidade Z não for aprovada para a release, não seria possível reverter a alteração pela própria ferramenta. Seria necessário criar uma nova versão do sistema a partir da versão final e remover Z. Ou então criar uma nova branch e aplicar as mesmas alterações feitas em X e Y.

Para esse esquema ter um efeito ainda melhor, é interessante usar um branch diferente para cada funcionalidade. Após a implementação, o commit é feito na branch e a versão final do sistema é o merge de todas as funcionalidades selecionadas.

Eu não sei até que ponto levar isso, pois de forma pragmática você até pode juntar funcionalidades que são interdependentes, mas algo que os usuários mais experientes de GIT sempre dizem é para não ter medo de criar branches.

Um princípio importante e prático, é usar a ferramenta como for melhor para você e sua equipe organizarem o código. Em outras palavras: use a ferramenta para ajudar o seu trabalho, não trabalhe em função da ferramenta.

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TL / DR: Não existem regras. Porém projetos open source -> presença de pull requests e patches -> tendência de commits menores, que possam ser facilmente revisados por outros desenvolvedores. Projetos comerciais -> Tendência de commits maiores implementando todos os aspectos de determinada feature (mesmo que o desenvolvedor localmente faça vários commits). Novamente, não existem regras, mas pude observar esse diferença de comportamento na prática entre os dois tipos de projetos.

Enquanto não existem regras definidas, projetos open source maduros com vários colaboradores costumam trabalhar com uma granularidade mais fina de commits. Isso ocorre devido a própria natureza do projeto. Em projetos open source diversos desenvolvedores externos fazem pull requests e/ou submetem pequenos patches para arrumar pequenos bugs ou adicionar pequenas funcionalidades ao projeto. A ideia aqui é que os commits não só sejam representativos, mais autocontidos e facilmente revisáveis por um desenvolvedor do projeto. Commits menores são mais rápidos de revisar e dão menos dor de cabeça para quem vai integrar o seu código ao repositório principal (possivelmente muito tempo depois que você submeteu o patch).

Mesmo o time "central" de um projeto, com permissão para fazer push no repositório principal, costuma trabalhar com uma granularidade mais fina de commits. Grandes unidades de trabalho são geralmente bem subdivididas entre os diversos módulos, e posteriormente subdividas em tarefas menores. O resultado é que existem mais tarefas, cada qual mais "pontual"; logo são feitos mais commits, cada um com menos código.

Já em projetos comerciais é igualmente comum que um desenvolvedor faça vários pequenos commits locais (digamos, em um branch de feature), mas antes do push para o repositório principal, é prática comum fazer um de squash desses commits, dando a impressão de um único grande commit que resolveu determinada tarefa / problema. O ponto principal aqui é que a granularidade das tarefas são maiores, e há um esforço para tornar o repositório mais "limpo".

Cada estratégia possuiu suas vantagens. Commits frequentes e pequenos representam melhor o fluxo real de desenvolvimento, porém, granularidade mais grossa e reescrita de histórico tornam a árvore de commit mais "limpa". Existem bons argumentos da escola "Faça commit rápido, faça commit sempre, nunca reescreva o histórico", bem como da escola "Mantenha seu repositório central limpo". A escolha é inteiramente sua.

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A resposta simples é: Você escolhe.

A resposta completa seria: depende do sistema de versionamento que pretende usar.

O sistema mais usado é o SemVer que usa 3 parametros separados por pontos. Os parametros correspondem Major, Minor, Patch

MAJOR nova versão quando a nova API é incompatível com a anterior,
MINOR quando se adicionam novos métodos que respeitam, e são compatíveis, com métodos anteriores
PATCH todos os remendos, correções que são exclusivamente para corrigir erros ou bugs no código sem adicionar novas features/métodos.

Assim se estiver a usar SEMVER, ou seja Semantic Versioning todos os patchs por menores que sejam devem incrementar o parametro patch e ter uma nova tag no git.

Tem outro aspecto que está ligado à facilidade de perceber e analizar os commits. Um commit deve ter mudanças relacionadas apenas com um assunto. Commits que mexem em n ficheiros e mudam muitos comportamentos são confusos e indesejáveis.

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  • Interessante. Onde marco essa versão? Na mensagem do commit? git commit -m "1.2.3"?
    – user7261
    29/05/2014 às 12:17
  • @Andrey eu não costumo ligar mensagens de commits com tags, mas teste $ git push <remote> tag <tagname> ou somente git push --follow-tags
    – Sergio
    29/05/2014 às 12:24

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