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Possuo o seguinte código:

#include "iostream"

int main(){

    int* A = new int[4];
    int* B = A;
    delete[] A;
    delete B;

    if(B == NULL)
        std::cout << "B = NULL" << std::endl;
    else
        std::cout << B << std::endl;

    if(A == NULL)
        std::cout << "A = NULL" << std::endl;
    else
        std::cout << A << std::endl;

    return 0;

}

Pela lógica da linguagem ao chamar a função delete, ele deveria liberar o espaço na memória, sendo assim deveria entrar no laço que faz a conferencia para mim se valor é NULL, porém isso não ocorre.

Alguém sabe me explicar o porque disso?

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  • 5
    Opte por utilizar #include <iostream> com <iostream> em vez de "iostream". Quando você usa aspas, o compilador vai procurar iostream no diretório do seu programa e, como não vai achar, (só então) vai buscar no diretório do sistema.
    – Lucas Lima
    1/04/2014 às 21:49
  • Complementando o comentário do Lucas Nunes, utilize aspas duplas para incluir apenas seus arquivos locais. Em relação a sua pergunta, ao utilizar delete a memória é liberada mas o conteúdo não é alterado imediatamente. Isso pode causar comportamentos indefinidos. Neste caso, é válido deletar o ponteiro delete B; e então definir como nulo B = NULL;. Em todo caso, sempre que possível utilize ponteiros inteligentes. Neste guia você pode encontrar algumas boas práticas em C++.
    – KelvinS
    11/09/2017 às 13:30

4 Respostas 4

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Em primeiro lugar, delete libera a memória apontada pelo ponteiro, mas não toca no ponteiro em si. Ele vai continuar a apontar para onde os dados estavam antes.

Analizando seu código temos que A vai receber o ponteiro para uma memória recem alocada, uma lista. Em seguida você faz B apontar para o mesmo local que A. Depois deleta a lista na memoria apontada por A, que é a mesma apontada por B. Agora ambos os ponteiros apontam para uma região inválida da memória. Ao tentar executar delete B você invoca undefined behavior. Qual quer coisa pode acontecer a partir daqui, muito provavelmente demônios nasais.

Esse problema é geralmente conhecido como double free e várias ferramentas de análise de memória podem detectar esse erro no seu programa, como por exemplo o address sanitizer. Compilando o seu código com g++ main.cpp -o main -fsanitize=address e executando o resultado, tenho a segunte saída:

=================================================================
==11122== ERROR: AddressSanitizer: attempting double-free on 0x60040000dff0:
    #0 0x7ff3c90e39da (/usr/lib/x86_64-linux-gnu/libasan.so.0.0.0+0x119da)
    #1 0x400b89 (/home/guilherme/main+0x400b89)
    #2 0x7ff3c8a29ec4 (/lib/x86_64-linux-gnu/libc-2.19.so+0x21ec4)
0x60040000dff0 is located 0 bytes inside of 16-byte region [0x60040000dff0,0x60040000e000)
freed by thread T0 here:
    #0 0x7ff3c90e3a4a (/usr/lib/x86_64-linux-gnu/libasan.so.0.0.0+0x11a4a)
    #1 0x400b7d (/home/guilherme/main+0x400b7d)
    #2 0x7ff3c8a29ec4 (/lib/x86_64-linux-gnu/libc-2.19.so+0x21ec4)
previously allocated by thread T0 here:
    #0 0x7ff3c90e388a (/usr/lib/x86_64-linux-gnu/libasan.so.0.0.0+0x1188a)
    #1 0x400b5e (/home/guilherme/main+0x400b5e)
    #2 0x7ff3c8a29ec4 (/lib/x86_64-linux-gnu/libc-2.19.so+0x21ec4)
==11122== ABORTING
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Acontece que quando você usa o operador delete a memória não é deletada de fato, ela é apenas marcada como "livre" para uso, o ponteiro também não é modificado, é um dever seu atribuir NULL ao ponteiro para evitar confusões.

Então ao usar o operador delete a memória continua acessível, mas a medida que novas alocações forem sendo feitas vai acontecer que sua memória deletada anteriormente vai ser cedida para outra variável e então seu ponteiro vai estar apontando para um bloco de memória corrompido.

O computador faz isso para ganhar desempenho, se você sabe que aquela memória está "livre" não há porque desperdiçar tempo preenchendo ela com zeros. O mesmo esquema é feito em HDs, os espaços são apenas marcados como vazios mas os dados continuam lá, por isso as vezes é possível resgatar arquivos deletados.

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  • Obrigado, o que aconteceu é que eu não havia entendido o conceito de alocação e liberação de memória.
    – Giovani
    2/04/2014 às 3:09
  • 4
    Estritamente falando a memória nem sempre continua acessível. Ao juntar vários blocos marcados como livres, a biblioteca pode decidir devolver a página ao sistema. Assim o processo não poderá mais acessar a memória (acessar = Falha de Segmentação). 2/04/2014 às 13:41
  • Isso também Guilherme, bem lembrado.
    – Cahe
    2/04/2014 às 14:59
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Para começar, o fato de executar delete[] A; não tem nenhum efeito sobre o ponteiro A, especificamente, apenas afeta a memória que o sistema alocou e que tem no ponteio A o endereço que foi alocado e muito menos o ponteiro B. Ambos são entidades distintas.
Cabe a você, como boa prática de programação, atribuir NULL aos ponteiros que foram liberados. Já em relação ao ponteiro B, que culpa ele tem de ser simplesmente uma cópia para a área de memória que foi liberada usando outro ponteiro ? Nenhuma.
Neste caso também é sua responsabilidade controlar seu uso, já que por ser uma cópia pode estar apontando para uma área que não faz mais parte do processo.

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  • 2
    Se o compilador suportar C++11 (e/ou estiver configurado para), pode-se utilizar nullptr em vez de NULL. Só para acrescentar.
    – Lucas Lima
    1/04/2014 às 22:00
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Olá, você pode usar as seguintes funções.

// C++
template <class T> void SDEL(T*& val)
{
    delete val;
    val = NULL;
}

template <class T> void SDEL_ARRAY(T*& val)
{
    delete[] val;
    val = NULL;
}

// uso
// Ponteiro de arrays
int* my_int = new int[2];
my_int[0] = 100;
my_int[1] = 200;

std::cout << "my_int: " << my_int[0] << ", " << my_int[1] << std::endl;

SDEL_ARRAY(my_int);

A primeira é para objetos comuns. A segunda é para arrays.

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    A checagem se o ponteiro é nulo é desnecessária. O operador delete já checa isso também. 2/04/2014 às 10:43
  • @C.E.Gesser, já atualizei a resposta. 3/09/2014 às 2:23

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