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Em orientação a objetos, geralmente se cria a classe primeiro e depois se instancia a mesma.

Exemplo PHP:

class Test{
    public function __construct()
    {
        // inicia as parada aqui
    }
}

$test = new Test;

Porém no Lua parece me sempre que uma table é atribuída a variável através do {} e, em seguida, são criados métodos e propriedades.

  • Existe construtor e instância em relação às table de Lua?

  • Como se dá uma declaração de um método (ou função, não sei como a linguagem chama) de uma table?

2 Respostas 2

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Não tem o construtor formalmente. É possível criar uma função que seja um construtor para aquele objeto. É algo bem manual. Os métodos são criados como funções com "sobrenome". Um exemplo:

local MyClass = {}
MyClass.__index = MyClass    
function MyClass.new(init)
    local self = setmetatable({}, MyClass)
    self.value = init
    return self
end

function MyClass.set_value(self, newval)
  self.value = newval
end

function MyClass.get_value(self)
  return self.value
end

local i = MyClass.new(5)
print(i:get_value())
i:set_value(6)
print(i:get_value())

Coloquei no GitHub para referência futura.

Fonte.

Note que os nomes dos métodos são convenções apenas.

Informação complementar.

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  • Então foi daí que eu vi o tal do método :new 11/12/2015 às 15:35
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Uma coisa importante a se lembrar é que Lua não é orientada a objetos. Não existem classes propriamente ditas.

Lua funciona mais como a "orientação a objetos" do JavaScript (versões mais antigas dele, pelo menos), onde você mexia no ".prototype" do objeto.

Mas Lua é flexível ao ponto de poder "simular" orientação a objetos com algumas de suas construções.

Você pode começar definindo a sua "classe" (que, lembre-se, é um objeto mesmo. Não existem classes).

local Quadrado = {}
Quadrado.__index = Quadrado

A primeira linha simplesmente cria uma tabela vazia. Depois vamos colocar uns atributos e métodos nela. O importante aqui é a segunda linha. O __index passa todas as indexações (Classe[x], Classe.x) para a própria tabela. Isso vai fazer sentido no próximo bloco de código.

Agora, vamos definir um construtor:

function Quadrado:novoQuadrado(tamanhoLado)
    return setmetatable({lado = tamanhoLado}, Quadrado)
end

A mágica é feita no setmetatable. Observe que estou retornando uma nova tabela, com um atributo lado ({lado = tamanhoLado}, e passando minha definição de Quadrado como a metatable dele.

Uma metatable é uma forma de alterar o comportamento de uma tabela. Um bom exemplo disso, é definir duas tabelas, a e b, e tentar somá-las a + b. Lua não sabe fazer isso, mas ela vai olhar nessas metatables das tabelas. Se alguma delas tiver um método no índice __add, Lua vai usar esse método para fazer a soma (algo como a:__add(b)).

Lembra do __index que mudamos lá em cima? É o mesmo esquema. Estamos mandando nosso Quadrado ir procurar indexações no próprio Quadrado. Quando se usarmos um Quadrado.area, que definiremos daqui a pouco, Lua vai procurar esse índice (ou atributo, ou campo) na tabela Quadrado, e encontrar Quadrado.area. Isso não faz sentido? Mas lembra que passamos o Quadrado como metatable? Então todos os objetos que criarmos usarão Quadrado como metatable, e vão procurar suas indexações da mesma forma (Quadrado.area). Não sei se deu pra entender o que quero dizer :(

Para definir um método, podemos usar a seguinte sintaxe:

function Quadrado:area()
  return self.lado * self.lado
end

Essa sintaxe Quadrado:area é só syntatic sugar para

function Quadrado.area(self)

Agora é só usar a nossa "classe":

local q = Quadrado:novoQuadrado(10)
print(q:area()) -- 100

O q:area é syntatic sugar para q.area(q) (lembra que alteramos a metatable? Isso está usando o area do Quadrado). Ainda não sei se deu pra entender, mas é isso.

Então, respondendo suas perguntas:

  • Não, não existe um construtor, porque não existe uma classe. O que existe é a função que nós convencionamos como construtor (Quadrado:novoQuadrado).
  • O método é declarado com a alteração na metatable.
  • É importante notar que estamos usando dois "objetos" (duas tabelas, Quadrado e q), e não uma classe e um objeto.

Claro, faz tempo que não estudo Lua, e não sei se tem evoluções nesse esquema. Mas na minha época era assim.

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