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Ontem estava a usar uma classe do MooTools no Node.js e deparei-me com um comportamento estranho no console.log do Node.js. O código funciona lindamente, mas a consola não mostra o que eu sei que está lá.

Por exemplo fazendo:

function FN(nome) {
    this.nome = nome;
}
FN.prototype.dados = {
    idade: 10,
    nacionalidade: 'pt'
};
var fn = new FN('Sérgio');
console.log(fn);

a consola do Node.js dá-me:

{nome: "Sérgio"}

enquanto que a consola do Browser dá:

{nome: "Sérgio", dados: Object}

Baralhado com o resultado fiz console.log(fn.dados); e aí ambos me mostraram o resultado esperado: {idade: 10, nacionalidade: "pt"}.

Daqui deduzo que a consola do Node.js não mostra propriedades adicionadas ao _prototype_ que não sejam próprias do Objeto. Ou seja, porque fn.hasOwnProperty('dados') é false então o Node.js não mostra essa propriedade.

Existem mais diferenças entre a implementação da console.log do Browser e do Node.js?

1 Resposta 1

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O método console.log não é padronizado, de modo que cada browser pode implementá-lo da maneira que achar melhor. E de fato, executando seu exemplo em diferentes browsers, tive diferentes resultados:

  • Firefox: Object { nome: "Sérgio" }
  • Chrome e Opera: FN ou FN {nome: "Sérgio", dados: Object} (dependendo de quando se abre o console - antes ou depois da página terminar de carregar)
  • Safari: FN
  • Internet Explorer: [object Object] {dados: Object {...}, nome: "Sérgio"}

Uma diferença crucial entre o tratamento dado no browser e o no node.js é que o primeiro é interativo enquanto o segundo é apenas uma saída para o log (seja o shell ou algum arquivo). Os browsers - todos que testei - permitem que você clique no objeto impresso no log e inspecione sua estrutura1, navegando pelos seus diversos campos inclusive seu protótipo. Daí não importa tanto quais informações são exibidas no formato string, pois se você quiser mais informações ou se quiser alguma informação específica é só buscar por ela.

Já o node.js precisa escolher com cuidado o que informar, pois o que aparecer no log é tudo o que o usuário terá acesso, e mais nada. Assumindo-se que um objeto pode fazer parte de uma hierarquia extensa, não faz muito sentido logar todos os seus campos inclusive os herdados, pois isso "poluiria" o log e tornaria mais difícil encontrar a informação relevante. Melhor deixar que o próprio programador escolha o que quer que lhe seja exibido, logando ou o objeto ou algum outro de sua cadeia de protótipos.

Para uma descrição precisa de como o node.js imprime objetos complexos, ver a documentação do console.log: ela diz que a primeira string pode conter instruções de formatação2, ou então cada argumento é passado para a função util.inspect. Esta por sua vez possui várias opções, como por exemplo showHidden - que talvez sirva para mostrar as propriedades do protótipo (essa opção na realidade serve para ver as propriedades não enumeráveis, o que a princípio não tem relação alguma com o protótipo3, mas pode ser que ajude - infelizmente não tenho o node.js aqui para testar).


1. Cabe notar que nem sempre a estrutura inspecionada é do objeto tal como ele estava no momento em que foi logado - muitas vezes ela só mostra o objeto tal como está nesse momento. Por isso, quando essa diferença se mostra importante, é mais garantido logar não o objeto em si mas um JSON.stringify dele, ou similar.

2. Essas instruções de formatação - também suportadas em vários browsers, pelo menos os para desktop - lembram muito o printf do C. Exemplo: console.log("Hello, %s. You've called me %d times.", "Bob", i+1);

3. A menos que não ser enumerável seja o que está impedindo o protótipo de aparecer... Sinceramente não sei, as informações sobre o assunto me parecem um tanto escassas.

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  • 1
    Obrigado pela resposta! De facto a comparação entre interativo e log faz sentido. Usando JSON.parse(JSON.stringify(obkject)); é útil para criar um clone do que se passou naquele momento do script. Obrigado de novo: +1
    – Sergio
    9/04/2015 às 12:23
  • 1
    @Sergio Nunca tinha pensado nisso! Nossa, vai me ajudar bastante nos debugs futuros...
    – mgibsonbr
    9/04/2015 às 21:00

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