Porque programadores de outros lugares do mundo, como da Arábia Saudita, por exemplo, provavelmente gostariam de poder criar uma função assim:
نفعلشيئا()
Não há nenhum motivo para o compilador proibir o uso de "caracteres especiais" no código fonte.
Você pode convencionar o não uso no seu projeto, por algum motivo específico, e pode ainda configurar um analisador de código fonte para quebrar o build caso encontre caracteres proibidos por convenção. Mas o compilador não conhece alguns aspectos da cultura do seu time ou não está preocupado.
Update: desculpe o uso da palavra "compilador" :-) Algumas linguagens são apenas interpretadas. Mas a resposta é a mesma.
A propósito, o seu exemplo, 웃, parece ser um carcter válido na Coreia ("sorridente", segundo o Google Translate).
Update 2 - uma breve reflexão: Por que não usamos caracteres especiais nos nossos sistemas?
O que torna um caracter especial?
Nesta documentação de um recurso do Windows, encontrei uma definição interessante:
Caracteres especiais são caracteres que não são encontrados no
teclado.
Ora, no meu teclado eu vejo tudo que eu preciso para escrever "executarAção". Então alguma definição de caracter especial está errada (a nossa aqui nesta pergunta ou a do documentador da Microsoft).
Eu gostei mais desta outra definição:
São caracteres como pontos, símbolos (@ * ! % ; : . ) ou espaços em
branco que não são aceitos pelo sistema de cadastro para preenchimento
dos campos nome de usuário e senha.
Aí sim uma boa definição. Ela estabele o domínio para sua definição de caracteres especiais: determinados campos do sistema de cadastro.
Então, concluo que a definição de "caracteres especiais" varia de acordo com o contexto. O que é caracter especial aqui, pode não ser ali.
Nossa definição de caracter especial:
Nós, programadores de língua portuguesa, consideramos especiais até os caracteres que fazem parte da nossa vida: cedilha e acentuação. Não gostamos deles nos nossos sistemas porque... porque... por que mesmo? Claro, nem precisamos de definição formal, nossa experiência revela que isso só dá problema:
Cada programador salva o arquivo com uma codificação diferente, então o cedilha que você salvou na sua máquina aparece como um símbolo estranho na minha.
Cada aplicativo que usa o nosso banco de dados foi compilado ou será interpretado usando uma codificação diferente, então o SELECT que escrevi num aplicativo usando cedilha não encontrará a tabela criada com cedilha a partir de outro aplicativo.
Cada programador tem uma "noção" diferente de quais palavras são acentuadas, então a função que eu nomeio com um acento não será facilmente encontrada por outro programador que acredita que a palavra não leve acento.
E por aí vai...
Conclusão: ora, um programador bem-intencionado do PHP deve achar bacana que os de língua portuguesa possam usar sua acentuação, tão comum, no código fonte. Se o interpretador não tem problemas em lidar com estes caracteres, por que limitar seu uso? E, é claro, como já mencionei, há muitos idiomas por aí usando os mais diversos "caracteres especiais".
Os problemas que citei podem ser ignorados por este programador do PHP pois é "fácil" de eliminá-los: basta que todos usem codificação UTF-8
nos seus editores e demais ferramentas, e basta que todos conheçam bem seu idioma. Nós não apostamos nisso (eu pelo menos não aposto) e seguimos nossa tradição de convencionar o não uso de caracteres especiais.
É claro que antes do advento e massificação de padrões de codificação mais modernos (UTF-8), os problemas quanto ao uso de "caracteres especiais" eram sérios pois os padrões de codificações eram limitados. Mesmo naquela época os compiladores e interpretadores não podiam fazer muito no sentido de limitar o uso de caracteres pois, como já dito, a definição de quais caracteres são especiais vai variar.
executarAção
, mas a própria função nativa para contar o tamanho de uma string não reconhece acentos.strlen()
commb_strlen()
.