Não sei se isso pode ser considerado subjetivo ou não, mas há evidências que o número de bugs em um programa é proporcional à quantidade de linhas de código nesse programa. Independentemente de linguagem. Linguagens/bibliotecas mais expressivos (i.e. que fazem muito com pouco código) tendem a produzir códigos mais curtos, e portanto com menor número de bugs.
E o que isso tem a ver com a pergunta? Simples: se passar parâmetros opcionais servir pra tornar seu código mais conciso, então faça! Não se preocupe demais com a "pureza" do código: boas práticas são boas não porque "alguém disse que são", mas porque resolvem/evitam uma série de problemas. Mas se você não enxerga problema nenhum numa abordagem, não há por que evitá-la.
Eu não gosto de getters e setters. Eu não gosto de atributos privados. Mas dependendo do tipo de projeto e equipe, eles podem ser coisas necessárias (ex.: equipes numerosas compostas de programadores inexperientes, que têm mais chance de cometer erros). Nesse caso, mais importante do que seguir o padrão X ou Y, é importante seguir um padrão consistente.
Por exemplo, o jQuery tem várias funções que funcionam como propriedades: html
, text
, attr
, prop
, css
, data
... Todas elas funcionam da mesma maneira: sem argumentos, são um getter; com um argumento, são um setter (argumentos adicionais podem existir, no início). O nome é curto, não precisa ficar escrevendo o prefixo (getText
vs. setText
)... E o mais importante: a mesma convenção é utilizada em toda a biblioteca, então sem surpresas!
Em Java, há uma convenção bem rígida sobre os nomes dos métodos e o que eles devem fazer. Fugir dessa convenção é problemático, pois obriga quem não está familiarizado com seu código a aprender/decorar uma convenção nova. Entretanto, getAllNome
não segue - que eu saiba - nenhuma convenção pré-estabelecida, de modo que você pode adotar a sua. E mesmo se seguisse, é preciso pesar os prós e os contras, como discutido anteriormente.
Por fim, considere transferir essa responsabilidade para outra classe, de modo a tornar seu uso mais consistente. Java infelizmente não tem funções de primeira classe (nem extension methods), então é necessário fazer isso atrvés de uma classe auxiliar. Por exemplo, se sua função retorna um List
, crie a interface/classe:
interface ListaFiltravel<T> extends List<T> {
public ListaFiltravel<T> filtrar(String variacao);
public ListaFiltravel<T> filtrar(String variacao, boolean inPlace);
}
class ArrayListFiltravel<T> extends ArrayList<T> implements ListaFiltravel<T> {
public ListaFiltravel<T> filtrar(String variacao) {
return filtrar(variacao, false);
}
public ListaFiltravel<T> filtrar(String variacao, boolean inPlace) {
// Código para filtrar
// Retorne a própria lista filtrada (inPlace == true) ou uma outra lista
}
}
E chame seu método da seguinte forma:
meuObjeto.getAllNome().filtrar("M")
Desse modo, as responsabilidades ficam bem separadas. (Mas de novo: fazer isso produz códigos mais curtos? Se isso for algo que você só tem que fazer uma única vez, eu continuo a favor de deixar a pureza de lado e colocar a funcionalidade no próprio getter. Mas se puder ser reaproveitado em várias partes do seu sistema, então essa abordagem é melhor.)
get()
no geral é um método qualquer de uma classe. Portanto, correto não é. Se algumas linguagens permitem, o problema é da construção dessas linguagens.