Existe um Design Pattern Estrutural chamado Composite que permite a você abstrair o HTML e construir uma estrutura hierárquica de informações compostas, como numa árvore.
Com o Composite você tem diversos objetos, cada um representando uma ramificação do HTML, essas ramificações podem ou não serem compostas de outros elementos.
Para a resposta não ficar maior do que já vai ficar, não vou postar os códigos aqui e sim todos juntos neste Gist. Também inclusos uma implementação bem simples de um autoloader para rodar a Aplicação e um pequeno apelo visual com CSS.
Primeiramente, a estrutura de diretórios bem como os arquivos utilizados:
|-index.php
|-Composite\Components
| |-Composite\Components\AbstractComponent.php
| |-Composite\Components\Component.php
| |-Composite\Components\Drawable.php
| \-Composite\Components\HTML
| |-Composite\Components\HTML\Cell.php
| |-Composite\Components\HTML\Row.php
| \-Composite\Components\HTML\Table.php
"Vamos conhecer agora os nossos participantes":
Essa superclasse, abstrata, define uma interface para todos os objetos que comporão algum elemento, algum nó da estrutura hierárquica, e implementa um comportamento padrão para eles.
A propriedade AbstractComponent::children armazena todos os nós-filhos de cada elemento criado, desde que respeitada sua condição de existência, permitindo a renderização em níveis da estrutura.
Essa "condição de existência" é controlada pela propriedade AbstractComponent::leaf que determina se um dado objeto é uma ramificação (FALSE) ou uma folha (TRUE). Ramificações podem ser compostas de outros elementos filhos, ao passo que "folhas", não.
Nesse cenário em específico, a fim de simplificar, estarei considerando as células da tabela como folhas, mesmo que num caso real elas não o sejam.
O método AbstractComponent::add() é o que permite efetivamente a Composição ocorrer no sentido de agregar novos objetos uns aos outros.
Observe que nele é feita uma verificação para que objetos definidos como sendo uma "folha" não aceitem novos objetos, disparando uma exceção lógica.
Por fim, mas não menos importante, AbstractComponent::drawChildren() oferece aos objetos que representam as ramificações um meio de renderizar todos os elementos neles contidos. Como você poderá ver adiante, objetos "folha" são os únicos que não o utiliza.
Temos duas interfaces, uma para representar os componentes e outra para representar objetos renderizáveis. Na bem da verdade apenas a interface Component poderia ser utilizada, mas, por preferência, eu dividi os comportamentos em duas interfaces tornando Component um tipo.
Para este exemplo existem objetos para representar apenas três elementos HTML, porém, você pode criar outros conforme sua necessidade, bastando estender a superclasse AbstractComponent e implementar o método Drawable::draw(). E claro, caso seja necessário caracterizar um elemento como "folha", sobrescrever a propriedade protegida anteriormente descrita.
Tanto Table como Row são bem simples, apenas envolvem os nós-filhos renderizados através de AbstractComponent::drawChildren() pelas tags <table> / </table> e <tr> / </tr>, respectivamente.
Cell, no entanto, é ligeiramente diferente. Além do fato de, aqui exclusivamente, termos invertido a característica dela de não permitir outros níveis na Composição, sobrescrevemos o construtor para termos uma forma de definir o texto que será escrito na célula.
Normalmente nessa hora viria aquele aviso gigantesco num letreiro de neon dizendo para que, quando sobrescrevendo o construtor de uma superclasse, deve-se reinvocá-lo através de parent::__construct(). Porém, isso não é de todo obrigatório nessa Aplicação pois, uma vez que a flag AbstractComponent::leaf tenha sido sobrescrita, AbstractComponent::add() irá disparar a exceção lógica caso seja invocada no contexto de um objeto Cell.
Se não invocarmos o construtor, não definirmos que o objeto que sobrescreveu a superclasse é uma folha e ainda assim invocarmos AbstractComponent::add() (caramba, conseguimos errar 3 vezes :o), receberíamos um Fatal Error pois o método append() estaria sendo invocado sem um objeto. Objeto esse, um ArrayObject, definido justamente no construtor da superclasse ora sobrescrito.
Pelo sim, pelo não, deixemos ele ali. Mal não faz ^_^
Igualmente à Table e Row, Cell::draw() é bem simples, apenas insere o valor recebido pelo construtor, ora armazenado numa propriedade com visibilidade private (porque privada é feio :p) entre um par de tags <td> / </td>
Mas... E como isso se aplica ao problema?
Primeiro vamos alterar seu array de entrada para alguma coisa um pouquinho diferente apenas para demonstrar que funciona:
$groups = array(
'Administração' => array(
0 => array(
'nome' => 'nome0',
'ramal' => 'ramal0'
),
1 => array(
'nome' => 'nome1',
'ramal' => 'ramal1'
),
2 => array(
'nome' => 'nome2',
'ramal' => 'ramal2'
),
3 => array(
'nome' => 'nome3',
'ramal' => 'ramal3'
)
),
'Financeiro' => array(
4 => array(
'nome' => 'nome4',
'ramal' => 'ramal4'
),
5 => array(
'nome' => 'nome5',
'ramal' => 'ramal5'
),
6 => array(
'nome' => 'nome6',
'ramal' => 'ramal6'
),
7 => array(
'nome' => 'nome7',
'ramal' => 'ramal7'
),
8 => array(
'nome' => 'nome8',
'ramal' => 'ramal8'
),
9 => array(
'nome' => 'nome9',
'ramal' => 'ramal9'
)
)
);
Apenas quebrei ele para considerar mais de um departamento. Antes de iterar para compor nossa estrutura, temos de definir o elemento principal da mesma, ou seja, a tabela onde cada linha e cada célula será agregada:
$tableGroup = new Composite\Components\HTML\Table;
Agora sim, vamos iterar:
foreach( $groups as $group => $persons ) {
// Groups
$groupRow = new Composite\Components\HTML\Row;
$groupRow -> add( new Composite\Components\HTML\Cell( $group ) );
$tableGroup -> add( $groupRow );
// Persons
foreach( $persons as $person ) {
$nameCell = new Composite\Components\HTML\Cell( $person['nome'] );
$dialCell = new Composite\Components\HTML\Cell( $person['ramal'] );
$personRow = new Composite\Components\HTML\Row;
$personRow -> add( $nameCell ) -> add( $dialCell );
$tableGroup -> add( $personRow );
}
}
Primeiro criamos uma linha para o Departamento. Criamos um objeto Row e adicionamos nele um objeto Cell com o texto devido. Em seguida adicionamos essa primeira composição à tabela anteriormente criada.
Agora vamos iterar a lista de nomes e telefones. Veja que dessa vez fiz de uma forma diferente. Primeiro criei as duas células e atribuí à elas os valores devidos. Só então criei a linha e efetuei a Composição.
Nada me impediria, por exemplo, de fazer assim:
$personRow = new Composite\Components\HTML\Row;
$personRow -> add( new Composite\Components\HTML\Cell( $person['nome'] ) )
-> add( new Composite\Components\HTML\Cell( $person['ramal'] ) );
Porém, dessa forma, você engessa o fluxo e impede que as células recebam adereços adicionais (ver abaixo).
Antes de encerrar o loop mais interno, adicionamos a Composição da linha à tabela.
Resta agora renderizar tudo. Fora do loop invocamos o método Drawable::draw() no contexto de Table e o AbstractComponent::drawChildren() nele utilizado vai renderizar tudo de uma vez.
Caso você queira tabelas individuais, uma para cada departamento, basta que a tabela criada em $tableGroup seja feita logo no início do primeiro loop e, sua renderização, logo no final.
Outro ponto a ser considerado é o fato de a linha reservada para o nome do Departamento não se estender por toda a largura da tabela.
Isso foi tanto proposital quanto acidental. Proposital para simplificar a implementação desconsiderando quaisquer atributos para os elementos, como no caso, o colspan na célula das primeiras linhas.
E acidental porque na hora que escrevi esse código, não lembrava como mesclar células >.<
Mas esse tipo de aprimoramento fica agora por sua conta. Você pode, por exemplo, criar um segundo argumento no construtor de Cell, com um array de atributos os quais você inseriria na declaração da TD.
E já que implode() não trabalha com arrays associativos, pode não parecer, mas http_build_query() é fantástico para isso.
Apesar de tudo, vale salientar que, hoje, com as ferramentas de template existentes no mercado, esse tipo de implementação do Composite não é lá muito útil, afinal, é muito mais fácil você abrir e fechar algumas tags PHP e escrever o HTML direto num template, que pode inclusive ser cacheado, do que optar por essa abordagem.